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Caneta Bic: um ícone do design industrial

Fazia tempo que eu não escrevia sobre design. Então resolvi voltar a falar do assunto com um ícone do design mundial: a caneta Bic.

Origens

László Bíró, um inventor húngaro posteriormente naturalizado argentino, apresentou sua primeira versão do que viria a ser a caneta esferográfica (cuja ponta possuiu uma esfera metálica), durante a Feira Internacional de Budapeste, em 1931. A invenção foi patenteada em Paris, em 1938.

Em 1945, um Italiano naturalizado francês chamado Marcel Bich e seu sócio, Edouard Buffard, compraram uma fábrica de canetas-tinteiro na França e percebendo o potencial da nova invenção de László Bíró, que já fazia sucesso nos EUA e Europa, compraram os direitos de patente da caneta esferográfica e lançaram, em 27 de dezembro de 1950, a caneta Bic, simples, funcional e barata.

O sucesso foi tão grande que Marcel Bich acabou adquirindo toda a empresa de László Bíró, sua concorrente, em 1957.

Mas o que a Bic tem de tão especial?

Corpo

A maior parte da caneta é feita de poliestireno e polipropileno, mesmo plásticos usados em copos descartáveis. A transparência ajuda o consumidor a saber a hora de trocar a carga, que é facilmente removida e recolocada. Aquele “furinho” no meio mantém a pressão atmosférica dentro da caneta igual à de fora. Assim, a pressão ajuda a empurrar a tinta para a ponta da caneta.

O formato hexagonal também foi uma sacada e tanto, facilitando o manuseio e impedindo que a caneta role e caia da mesa.

Tinta

Cada caneta Bic possui tinta suficiente para escrever entre 2 e 3 quilômetros. E o processo de fabricação é o mesmo para todas as cores: os pigmentos são adicionados a um solvente – água ou óleo. Todas as fórmulas de tinta das canetas Bic são atóxicas.

Ponta e Esfera

A ponta e feita de latão e níquel, e a esfera (aquela bolinha de metal que fica na ponta da caneta), é feita de carbureto de tungstênio, metal usado em balas de revólver e 4 vezes mais resistente do que o aço. A mistura de tinta molha a esfera na ponta da caneta, que gira e passa a tinta para o papel, por isso é chamada de “esferográfica”.

Tampas

A tampa da caneta Bic possui um pequeno orifício na ponta que possibilita a passagem de ar, projetado para minimizar os riscos de asfixia caso a tampa seja engolida. Esse “sistema de segurança” foi incluído nos padrões internacionais depois de um incidente no final da década de 1980, quando uma criança do Reino Unido acabou morrendo engasgada com uma tampa de caneta.

Peça de Museu

Em 2002, devido ao seu design simples e extremamente eficiente, a caneta Bic foi incluída na coleção permanente do Museum of Modern Art (MOMA), em Nova York.

Ela também é a caneta mais vendida no mundo, desde setembro de 2005, quando foi comercializada a centésima bilionésima caneta esferográfica descartável da Bic, o que faz dela um verdadeiro clássico do design industrial.

A Bic no Brasil

A Bic chegou ao Brasil em 1956 e quatro anos mais tarde inaugurou sua primeira fábrica no país, em São Paulo. Hoje possui uma fábrica em Manaus, no Amazonas, onde são produzidas 95% das canetas Bic que usamos aqui.

Nosso país é o segundo maior mercado da empresa, tanto em volume de vendas quanto em faturamento, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. São vendidas cerca de 400 milhões de canetas esferográficas por ano.

Veja no vídeo abaixo como a caneta Bic é fabricada:

Como funcionam as canetas esferográficas:

Fontes: Superinteressante e Wikipédia

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